Conectado como:
filler@godaddy.com
Conectado como:
filler@godaddy.com
Este site apresenta a introdução geral do projeto de 1989, criado e premiado na Feira Nacional de Ciências da UNICAMP. Nele são apresentados conceitos introdutórios de inteligência artificial e sua aplicação em diferentes áreas do conhecimento, por meio de pequenos programas funcionais.
Na década de 1980, falar em inteligência artificial era, para muitos, sinônimo de ficção científica. Computadores eram escassos, a memória era limitada, e os algoritmos precisavam ser simples e eficazes. Este trabalho foi pioneiro ao apresentar simulações reais de IA operando em microcomputadores, como o MSX e similares, com linguagem BASIC ou Assembly.
A ideia central era ensinar ao público como a IA funciona de forma concreta, sem necessidade de vasto conhecimento em matemática ou engenharia, antecipando em décadas o conceito de “ensinar inteligência artificial de forma visual e interativa”.
O ano considerado pioneiro da inteligência artificial é 1956. Nesse ano, ocorreu a histórica Conferência de Dartmouth, organizada por John McCarthy, Marvin Minsky, Nathaniel Rochester e Claude Shannon. Foi nessa ocasião que o termo "inteligência artificial" foi formalmente cunhado, marcando o início oficial dessa área de estudo como disciplina acadêmica.
Como se vê, a Inteligência Artificial (IA) não é um tema novo. Em 1989, nosso trabalho apresentado na feira de ciências do colégio Anglo Americano em Foz do Iguaçu já investigava conceitos que continuam sendo essenciais hoje em dia. Esse trabalho foi premiado na terceira edição da feira nacional de ciências na UNICAMP do mesmo ano (ficou em segundo lugar). Entre lá e cá houve o que se convencionou chamar de inverno das IAs, e recentemente a tecnologia voltou a se popularizar.
Naquela época, a inteligência artificial era predominantemente baseada em sistemas especialistas, algoritmos que utilizavam regras fixas e bem definidas para resolver problemas específicos, como jogos simples e diagnóstico médico básico. Atualmente, a IA evoluiu consideravelmente, incorporando técnicas como aprendizagem profunda (Deep Learning), redes neurais complexas e processamento de grandes volumes de dados (Big Data), permitindo não apenas realizar tarefas específicas, mas aprender autonomamente e se adaptar a novas situações.
Entre os avanços mais relevantes das últimas décadas está a capacidade das máquinas de aprender por conta própria, identificando padrões em enormes bases de dados e tomando decisões com pouca ou nenhuma intervenção humana. A tecnologia evoluiu para além da resolução de jogos tradicionais, como damas e xadrez, alcançando jogos altamente complexos, como Go e pôquer, e expandindo-se para aplicações críticas como direção autônoma, diagnóstico médico avançado, tradução automática e assistentes pessoais.
A inteligência artificial contemporânea levanta também importantes questões éticas e sociais que não eram tão discutidas em 1989. Questões sobre privacidade, segurança de dados, vieses algorítmicos e o impacto no mercado de trabalho são fundamentais nos debates atuais sobre IA. Além disso, a transparência dos sistemas de IA tornou-se um desafio, uma vez que os algoritmos mais modernos, como as redes neurais profundas, muitas vezes são vistos como "caixas pretas", difíceis de interpretar e auditar.
Hoje, o grande desafio não é apenas desenvolver a tecnologia em si, mas garantir que ela seja utilizada de maneira ética, responsável e segura, alinhando seus benefícios às necessidades reais da sociedade. Neste contexto, o estudo e a compreensão da inteligência artificial não são apenas técnicos, mas profundamente multidisciplinares, envolvendo filosofia, direito, economia e ciências sociais, para garantir que seu impacto seja positivo e inclusivo.
Assim, o legado daquele trabalho de 1989 continua vivo, refletindo-se agora numa IA mais madura, consciente e integrada às necessidades humanas do século XXI.